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segunda-feira, 26 de julho de 2010

The Big Bang Theory e o adorável Sheldon.


Acompanhamos diversos seriados, sobretudo os com roteiros inteligentes e boas tiradas. The Big Bang Theory é um deles, está na 3ª temporada e apresenta personagens altamente bem construídas.


Uma das personagens, o Sheldon, tem síndrome de Asperger. Seu perfil foi elaborado de uma forma extremamente bem humorada sem ficar caricato ou preconceituoso.

Não é fácil fazer humor usando uma característica considerada pela medicina como uma deficiência ou um transtorno neurobiológico sem correr o risco de ser politicamente incorreto ou até insensível.

A turma do TBBT conseguiu um resultado espetacular. Você ama mais o Sheldon a cada episódio bem como se diverte com o seu esforço para se adequar aos protocolos socialmente aceitos. Sem querer, os autores fizeram um grande serviço às pessoas com Asperger, ensinando um pouco mais sobre a curiosa forma deles verem a vida.

É interessante também ver o quanto é importante para a pessoa com Asperger manter uma rotina equilibrada e ter apoio de família e sobretudo amigos, bem como o quanto podem ser produtivos quando devidamente estimulados.

The Big Bang Theory passa no canal Warnner Channel, terça feira as 20:30.

quinta-feira, 15 de julho de 2010

Aluno com síndrome de Asperger é desafio para educação inclusiva.

Especialistas defendem opção por ensino regular.


Animação no cinemas traz personagem com Asperger.
 
 
Com dificuldade de interagir, fazer amigos e tendência a se isolar, o aluno com síndrome de Asperger é um dos desafios para a educação inclusiva. A doença é considerada um tipo leve de autismo que não afeta o desenvolvimento intelectual. É comum que os “aspies” – como são chamados – tenham inteligência acima da considerada “normal.”
 
Especialistas defendem que as crianças que apresentam este tipo de síndrome podem - e devem - frequentar escolas regulares. “As pessoas aprendem de jeitos diferentes e a pluralidade faz com que a escola fique cada vez mais interessante. Ambientes homogêneos são desinteressantes”, diz Liliane Garcez, coordenadora do curso de pós-graduação inclusiva do Instituto Vera Cruz.
 
Para Liliane, o papel da escola é aproveitar o potencial do aluno e canalizá-lo para os demais conteúdos da série que cursa. "É preciso aprofundar o conhecimento sobre estas síndromes para melhorar a qualidade de vida de todas as pessoas envolvidas. Não cabe mais a segregação."

A animação “Mary e Max – Uma Amizade Diferente” mostra os problemas dos “aspies”. Na ficção, Mary, de 8 anos, uma menina gordinha e solitária, que mora na Austrália, torna-se amiga de Max, um homem de 44 anos, que tem síndrome de Asperger e vive em Nova York. Ambos têm dificuldade de fazer amigos e  passam a trocar correspondências onde compartilham alegrias e decepções.

Famílias

Na vida real, a professora e atual presidente da AMA (Associação de Amigos dos Autistas), em São Paulo, Sonia Maria Costa Alabarce Nardi, de 48 anos, conhece as dificuldades da síndrome. Seu filho, Guilherme Alabarce Nardi, de 15 anos, tem Asperger e passou por três escolas antes de completar 7 anos. “As escolas não estavam preparadas para recebê-lo porque ele chorava muito e não aceitava regras.”

Sonia buscou apoio na AMA, que fornecia suporte pedagógico a Guilherme e o matriculou em uma escola pequena, onde os funcionários podiam lhe dar mais atenção. “Ele não tinha facilidade de conviver com outras crianças e tivemos de nos adaptar.” Hoje, no segundo ano do ensino médio, Guilherme tem notas exemplares. “Ele é muito inteligente, tem uma memória excelente, mas a convivência ainda é um pouco difícil. São poucos os amigos.”

As escolas não estavam preparadas para recebê-lo porque ele chorava muito e não aceitava regras."Sonia Maria Costa Alabarce Nardi, mãe de um adolescente com AspergerA auxiliar financeira Maria Aparecida de Santana Oliveira, de 53 anos, também tem um filho com a síndrome. Jefferson Santana de Oliveira, hoje com 23 anos, sempre estudou em colégios comuns. “Ele conseguiu acompanhar, ficava um pouco isolado, mas, aos poucos, começou a interagir. Às vezes os colegas o excluíam, mas ele gostava de ir à escola. Tinha dificuldade em matemática, mas muita facilidade para línguas.”

Concluído o ensino médio, Jefferson tem uma nova batalha: encarar a frustração de não ter passado no vestibular da Universidade de São Paulo (USP) e retomar os estudos. A mãe diz que antes o jovem quer encontrar um emprego.

Diagnóstico

O primeiro obstáculo dessas famílias é acertar o diagnóstico. Muitas vezes percorrem verdadeiras maratonas em psicólogos, psiquiatras e neurologistas que chegam a confundir a síndrome com hiperatividade ou déficit de atenção. “São sintomas sutis e muitas vezes os pais não identificam porque acham que é o jeito da criança”, afirma Cinara Zanin Perillo, psiquiatra especialista em infância e adolescência.

Outra característica da síndrome é a fixação por interesses específicos, geralmente ligados ao campo das ciências, como biologia, corpo humano, astronomia ou dinossauros.

Os “aspies” têm dificuldade de centrar o olhar em um determinado ponto e entender metáforas. Todas as expressões, para eles, têm sentido literal.

Matéria retirada da g1.globo.com

segunda-feira, 12 de julho de 2010

Famílias brasileiras vivem o drama da falta de assistência.


Enquanto a ciência tenta decifrar os mistérios do autismo, famílias brasileiras vivem o drama da falta de assistência

Mamãe. Esta é a única palavra utilizada por Antonio Celso Sampaio da Conceição para comunicar-se com o mundo. Repetida aos berros, sinaliza alegria, contrariedade, fome, sede, dor. A voz grave assusta os desavisados. E, mesmo familiar, faz estremecer Normaci Sampaio. Babá em casas da classe alta de São Paulo, a baiana de Macajuba levou oito anos até conseguir uma explicação para as esquisitices do próprio filho, hoje com 16 anos. O diagnóstico veio em 1992. Antonio Celso é autista. Vive em um universo inatingível. Na segunda-feira 13, a rotina de gritos começou a mudar. Antonio Celso foi internado em uma clínica especializada na cidade de Atibaia, graças a uma decisão judicial. Normaci planeja voltar ao trabalho e sonha apenas o possível: a recuperação parcial do filho.

Pela primeira vez, o Estado brasileiro foi obrigado a custear o tratamento de um autista em uma instituição particular. Normaci só alcançou essa vitória ao provar que o sistema público de saúde não dispõe de serviços próprios para atendê-lo. A decisão da 2a Vara da Fazenda Pública de São Paulo abre um precedente histórico: famílias de baixa renda poderão reivindicar a mesma ajuda. A Procuradoria-Geral do Estado deverá recorrer da decisão, mas, enquanto isso, a mensalidade de R$ 1.500, cobrada a Normaci pela clínica paulista, corre por conta do Erário.

Quando Antonio Celso foi transferido para Atibaia, dias atrás, Normaci enfrentou o afastamento de alguém que lhe é particularmente querido. Sentiu-se como quem amputa um pedaço de si. Depois, reagiu. "Só assim poderei trabalhar e trazer meu filho de volta, dentro de alguns anos." Não é raro o drama da mãe que abandona tudo para se dedicar a uma criança autista. Mas poucos sabem disso. Até o Ministério da Saúde ignora quantas famílias vivem situações semelhantes. Segundo a Organização Mundial da Saúde, cinco em cada 10 mil pessoas desenvolvem a doença. Só em 1995, mais de mil bebês brasileiros aumentaram as estatísticas. Mal de difícil diagnóstico, o autismo é capaz de confundir médicos e familiares. E ainda é incurável.

Descrita em 1943 pelo psiquiatra austríaco Leo Kanner, a doença desafia até mesmo os pesquisadores mais tarimbados. É classificada como o mais grave distúrbio da comunicação humana e, em geral, manifesta-se antes dos 36 meses de vida. O nome vem do grego: autos significa si mesmo. Autistas são seres retraídos, absortos em um mundo interior e indevassável. Mergulham em um isolamento tão desconcertante que, no passado, muitos casais chegaram a supor que o filho adoecesse por não se sentir amado pela mãe. Culpas abissais foram escavadas em nome de um equívoco.
Enfatiza o neuropediatra José Salomão Schwartzman:

"A doença é provocada por um distúrbio biológico no cérebro, e não por carência de amor materno", enfatiza o neuropediatra José Salomão Schwartzman, um dos mais experientes especialistas do país. Pesquisas mostram que algo errado pode acontecer nas primeiras semanas de gestação: o cerebelo, uma espécie de maestro do cérebro - é ele quem orquestra estímulos visuais, controle muscular e aquisição de conhecimento -, não se desenvolve como deveria. Ficam, para sempre, a má-formação e o mistério em torno dela.
Nos últimos dez anos, a ciência pôde juntar algumas hipóteses minimamente confiáveis. Mulheres que tenham contraído rubéola durante a gestação ou se tratado, nesse mesmo período, com anticonvulsivos aumentam a vulnerabilidade dos embriões ao autismo. Entretanto, não se sabe por que esses fatores provocam a anomalia cerebral em uns, e não em outros. A resposta poderá vir, no futuro, com o aprofundamento de pesquisas genéticas.

O autismo foi confundido com retardo mental durante longo tempo. Diante de crianças que não expressavam reações de raiva ou tristeza, não conseguiam manter uma conversa nem reagiam a sinais de emoção nos outros, médicos optavam por defini-las como deficientes mentais. Entender esses pacientes significa aventurar-se pelo desconhecido, com a chance de ter surpresas: algumas crianças aprendem que, se a mãe contrai as sobrancelhas, deve estar brava. Outras conseguem estabelecer certos códigos para decifrar a realidade exterior. Chegam a romper o isolamento. Sabe-se, também, que 30% dos autistas têm Q.I. normal ou acima da média. Alguns chegam à universidade. Em geral, são portadores da síndrome de Asperger, a forma mais branda da doença. "É como se essas pessoas tivessem um hardware perfeito e um software comprometido", explica Schwartzman.

A engenheira e bióloga americana Temple Grandin, autora do livro Uma Menina Estranha, lançado pela Companhia das Letras, ilustra a situação de quem chegou a abrir uma fresta para comunicar-se com o mundo. Temple já era adulta quando conseguiu olhar alguém nos olhos pela primeira vez. Criou imagens inusitadas para se autodefinir. "A maior parte do tempo eu me sinto como um antropólogo em Marte", disse certa vez ao neurologista Oliver Sacks. A comparação jamais saiu da cabeça do médico, também escritor. Acabou servindo de título para um de seus best-sellers, lançado no Brasil.

Aos 6 meses de idade, Temple rejeitava afagos. Ao ser aconchegada no colo da mãe, tornava-se inerte como um bloco de mármore. Mais tarde, passou a comunicar-se por gritos, assobios, murmúrios. Ignorava sons estrondosos, mas era capaz de reagir com violência ao som produzido por um papel celofane sendo amassado. O cheiro de uma flor poderia deixá-la descontrolada. Como todo autista, exibia certas habilidades - entre elas, o desenho. Temple tornou-se respeitada como projetista de equipamentos para a pecuária.


Matéria Retirada da Revista Época

sábado, 10 de julho de 2010

Síndrome de Asperger.

Síndrome de Asperger ou o transtorno de Asperger ou ainda Desordem de Asperger é uma síndrome que está relacionada com o autismo, diferenciando-se deste por não comportar nenhum “atraso ou retardo global no desenvolvimento cognitivo ou de linguagem”. O termo “síndrome de Asperger” foi utilizado pela primeira vez por Lorna Wing em 1981 num jornal médico, que pretendia desta forma honrar Hans Asperger, um psiquiatra e pediatra austríaco cujo trabalho não foi reconhecido internacionalmente até a década de 1990, mais precisamente em 1994 no Manual Diagnóstico e Estatístico de Transtornos Mentais, na sua quarta edição.


Suspeita-se que Albert Einstein, o físico Isaac Newton, o compositor Mozart e o pintor renascentista Miguel Ângelo também fossem portadores da síndrome, além do cineasta Stanley Kubrick e do filósofo Wittgenstein, bem como Andy Warhol. Outra Asperger de sucesso chama-se Temple Grandin, nos Estados Unidos, uma engenheira e zoóloga, professora universitária. Outro Asperger de sucesso é Syd Barret, vocalista, guitarrista e compositor do Pink Floyd, que devido ao Síndrome de Asperger, viria a só participar no primeiro álbum (maioritariamente) e, minoritariamente, no segundo álbum da banda. Também o vocalista da banda australiana The Vines, Craig Nicholls, foi diagnosticado com a síndrome. Nicholls catalisa toda a sua inteligência na música, criando climas energéticos e totalmente psicadélicos, estando, no entanto, afastado de quase todo o relacionamento social.

Características

Interesses específicos ou preocupações com um tema em detrimento de outras actividades;

Rituais ou comportamentos repetitivos;

Peculiaridades na fala e na linguagem;

Padrões de pensamento lógico/técnico extensivo (às vezes comparado com os traços de personalidade do personagem Spock de Jornada nas Estrelas);

Comportamento socialmente e emocionalmente impróprio e problemas de interacção inter pessoal;

Problemas com comunicação não-verbal;

Transtornos motores, movimentos desajeitados e descoordenados.
 
Sinais de Alerta

1. Dificuldade em ler as mensagens sociais e emocionais dos olhares – portadores de SA geralmente não olham nos olhos, e quando olham, não os conseguem “ler”.

2. Interpretar literalmente – indivíduos com SA têm dificuldade em interpretar coloquialismos, ironia, gírias, sarcasmo e metáforas.

3. Ser considerado rude e ofensivo – propensos a um comportamento egocêntrico, os Aspergers não captam indirectas e sinais de alertas de que seu comportamento é inadequado à situação social.

4. Honestidade - portadores de Asperger são geralmente considerados “honestos demais” e têm dificuldade em enganar ou mentir, mesmo às custas de magoar alguém.
5. Percepção de erros sociais – à medida que os Aspergers amadurecem e se tornam cientes de sua “cegueira emocional”, começam a temer cometer novos erros no comportamento social, e a autocrítica em relação a isso pode crescer a ponto de se tornar numa fobia.

6. Paranóia – por causa da “cegueira emocional”, pessoas com SA têm problemas para distinguir a diferença entre as atitudes deliberadas ou casuais dos outros, o que por sua vez pode gerar uma paranóia.

7. Lidar com conflitos – ser incapaz de entender outros pontos de vista pode levar a inflexibilidade e a uma incapacidade de negociar soluções de conflitos. Uma vez que o conflito se resolva, o remorso pode não ser evidente.

8. Consciência de magoar os outros – uma falta de empatia em geral leva a comportamentos ofensivos ou insensíveis não-intencionais.

9. Consolar os outros – como carecem de intuição sobre os sentimentos alheios, pessoas com SA têm pouca noção sobre como consolar alguém.

10. Reconhecer sinais de enfado – a incapacidade de entender os interesses alheios pode levar Aspergers a serem bastante desatentos e geralmente não percebem quando o seu interlocutor está entediado ou desinteressado.

11. Introspecção e auto-consciência – os indivíduos com SA têm dificuldade de entender os seus próprios sentimentos ou o seu impacto nos sentimentos alheios.

12. Vestuário e higiene pessoal – pessoas com SA tendem a ser menos afectadas pela pressão dos semelhantes do que outras. Como resultado, geralmente fazem tudo da maneira que acham mais confortável, sem se importar com a opinião alheia. Isto é válido principalmente em relação à forma como se vestem e aos cuidados com a própria aparência.

13. Amor e rancor – como os Aspergers reagem mais pragmaticamente do que emocionalmente, as suas expressões de afecto e rancor são em geral curtas e fracas.

14. Compreensão de embaraço e passo em falso – apesar do fato de pessoas com SA terem compreensão intelectual de constrangimento e gafes, são incapazes de aplicar estes conceitos no nível emocional.

15. Lidar com críticas – pessoas com SA sentem-se forçosamente compelidas a corrigir erros, mesmo quando são cometidos por pessoas em posição de autoridade, como um professor ou um chefe. Por isto, podem parecer imprudentemente ofensivos.

15. Velocidade e qualidade do processamento das relações sociais – como respondem às interacções sociais com a razão e não com a intuição, os portadores de SA tendem a processar informações de relacionamento muito mais lentamente do que o normal, levando a pausas ou demoras desproporcionais e incómodas.

16. Exaustão – quando um indivíduo com SA começa a entender o processo de abstracção, precisa treinar um esforço deliberado e repetitivo para processar informações de outra maneira. Isto muito frequentemente leva a exaustão mental.