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terça-feira, 14 de junho de 2011



18 de Junho, Dia do Orgulho Autista, data celebrada mundialmente. Este movimento reúne familiares e simpatizantes que desejam expressar o orgulho que sentem por seu filho ou amigo autista, e também seu apoio à luta pela melhoria da qualidade de vida das pessoas com autismo e de suas famílias.

A APADEM tem a honra de convidá-lo para celebrar conosco a 7ª Edição Mundial do Movimento Orgulho Autista e o 12º Aniversário da APADEM.
Evento: Grupo de Família com a Terapeuta Érica Lacerda, e logo a seguir delicioso café- da- manhã compartilhado.
Data: 18 de Junho de 2011 às 08:00
Local: APADEM- Av: Beira-Rio – nº 413 – Bairro Voldac...

terça-feira, 7 de junho de 2011

Inclusão escolar dos alunos com necessidades educativas




Estudos recentes têm demonstrado que a realidade educacional, incluindo os currículos, a formação de professores, bem como as adaptações didáticas e arquitetônicas, entre outros aspectos, não atende as demandas dos alunos portadores de necessidades educativas especiais (APNEE), a despeito das tendências jurídico-normativas e das diretrizes educacionais. A meta da inclusão escolar é, desde o início, não deixar ninguém fora do sistema de ensino regular, que terá de se adaptar às particularidades de todos os alunos.

A inclusão é uma tarefa possível de ser realizada, mas é impossível de se efetivar por meio dos modelos tradicionais do sistema escolar. Somado a isso, muitos profissionais de educação não estão preparados e não recebem o apoio necessário para trabalhar com os APNEE devido a lacunas existentes tanto na formação inicial quanto na capacitação continuada, o que inclui uma carência de conhecimento acerca das próprias políticas de inclusão escolar no ensino regular.

Isto significa, então, que a inclusão escolar implica numa reforma na organização e funcionamento dos serviços destinados aos APNEE, de que não dispomos por este Brasil afora. Neste contexto, numa perspectiva prática, a formação do pessoal envolvido com a educação é de fundamental importância, sendo pré-requisito para a escola inclusiva que os professores sejam efetivamente capacitados para transformar sua prática educativa.

terça-feira, 19 de abril de 2011

Meninas e Síndrome de Asperger





Como no caso do TDAH (Transtorno de déficit de atenção e hiperatividade), os sintomas da síndrome de Asperger são diferentes em meninas em relação aqueles apresentados por meninos, conseqüentemente, o número de meninos encaminhados para uma avaliação é bastante superior ao de meninas, numa proporção de 10:1.
Apesar disso, estudos epidemiológicos sugerem que uma relação de 4:1 é mais precisa, o que significa que provavelmente milhares de meninas com síndrome de Asperger nunca irão receber um diagnóstico.


Meninas e Síndrome de AspergerFonte: www.yourlittleprofessor.com
Tradução livre e adaptação de Ubiratan Bueno

A síndrome de Asperger é assim denominada em homenagem a Hans Asperger, o homem que descobriu inicialmente a desordem. As características da síndrome de Asperger são semelhantes as do autismo, onde a principal diferença é que elas tendem a ser mais leves.


A principal diferença encontrada no diagnóstico da síndrome de Asperger entre meninos e meninas parece ser causada pela maneira peculiar de como meninos e meninas se expressam. O comportamento agressivo é mais perceptível, e uma criança que é excessivamente agressiva é mais susceptível de ser avaliada. Uma vez que as meninas têm maior capacidade de expressar suas emoções, elas são menos propensas a extrapolá-las quando estão incomodadas, confusas ou sobrecarregadas. Sem este comportamento "bússola", os outros aspectos síndrome de Asperger são mais propensos a passar despercebidos.

Outra semelhança entre o TDAH e síndrome de Asperger em meninas é que os sintomas são mais passivos por natureza, o que torna mais difícil perceber. Como os sintomas são mais leves, os pais também estão mais relutantes em levar sua filha para realizar um diagnóstico.

Alguns especialistas especulam que uma razão de que menos meninas são diagnosticadas é porque os seus colegas são mais propensos a ajudá-las a lidar com situações sociais, que é onde os sintomas de Asperger são mais facilmente identificáveis. O ato de acolher é um instinto feminino, e é assim que as amigas de uma menina com a síndrome de Asperger vão confortá-la intuitivamente quando ela estiver chateada, ou guiá-la através de interações sociais. Em contraste, os garotos tendem a ser mais 'perversos' e, portanto, mais susceptíveis a provocar um menino com síndrome de Asperger. Devido as amigas de uma garota fazerem o seu melhor para ajudá-la, seus pais e/ou professores podem não perceber os sintomas, ou não podem percebê-los com bastante freqüência, o que obrigaria a buscar um diagnóstico clínico.

Um dos sintomas chave que é comum entre meninos e meninas é o interesse hiper-focalizado em uma determinada coisa ou assunto. Para os meninos, os interesses especiais são muitas vezes em áreas de ciência ou de transporte (trens ou aviões). Nas meninas, o foco está freqüentemente em animais ou em literatura clássica. O interesse em si não é incomum, mas uma criança com Asperger terá um conhecimento excepcionalmente íntimo de seu tema de interesse. As meninas podem brincar com bonecas e ter amigos imaginários, o que não parece de todo incomum. Entretanto, seu interesse por essas coisas vão continuar, mesmo quando ela for uma adolescente, quando isso já deverá ter sido superado.1

Devido às situações sociais serem estressantes e desconfortáveis para meninas com síndrome de Asperger, muitas vezes elas aprendem a imitar as pessoas que têm fortes habilidades sociais. Eles podem adotar de outra pessoa maneirismos, expressões faciais e até mesmo entonações. Novamente, isto é por vezes, mal interpretado, especialmente em crianças mais velhas ou em adultos, e que pode conduzir a um diagnóstico equivocado de transtorno de personalidade.

Dr. Tony Atwood2, em seu artigo sobre as meninas com Asperger, observou que as meninas "são mais motivadas a aprender e mais rápidas em entender conceitos-chave em comparação com meninos com síndrome de Asperger de habilidade intelectual equivalente". Como tal, ele previu que as meninas se sairiam melhor em longo prazo, caso fossem diagnosticadas corretamente.

Os pais que suspeitarem que sua filha possa ter a síndrome de Asperger devem procurar o aconselhamento de um profissional médico especializado. Certifique-se de tomar nota dos comportamentos em questão, incluindo a freqüência e o ambiente no qual o comportamento ocorre. Uma vez que os sintomas de Asperger são muito mais sutis nas meninas, os pais devem se consultar com alguém que seja especializado no diagnóstico da síndrome de Asperger.

Da mesma forma como ocorre em outras casos de dificuldades de comportamento ou de aprendizagem, as crianças com Asperger têm direitos específicos de ensino. Os pais de uma criança que foi diagnosticada com a síndrome de Asperger devem tomar conhecimento da política de ensino e da proposta pedagógica da escola, e se for preciso buscar aconselhamento psico-pedagógico especializado com a finalidade de se obter planos de ensino adaptados. Muitas vezes, uma criança com necessidades educativas especiais decorrentes da síndrome de Asperger, apenas com uma pequena atenção extra, pode seguir no caminho certo para alcançar o seu potencial acadêmico e pessoal.

domingo, 3 de abril de 2011

2ª Semana de Conscientização do Autismo começou sábado




A 2ª Semana de Conscientização do Autismo de Volta Redonda, programada pela Apadem (Associação dos Pais de Autistas e Deficientes Mentais), em parceria da Prefeitura Municipal de Volta Redonda na sua programação, que inclui palestras com professores e especialistas no Campus da UFF (Universidade Federal Fluminense) no Aterrado, audiência pública na Câmara Municipal e passeata nos arredores da Praça Brasil, na Vila Santa Cecília.  No dia 2 de abril (sábado) é o Dia Mundial do Autista, por sugestão da ONU (Organização das Nações Unidas). A data também é conhecida como marco de conscientização sobre o autismo.

        Na programação da Semana de Conscientização sobre o Autismo, no dia 2, às 8h30, foi realizada uma palestra com o Dr. Walter Camargo Jr – com o tema “O diagnóstico Precoce e Intervenções no Autismo” - na UFF Campus do Aterrado. Ele é psiquiatra com experiência em crianças e adolescentes e trabalha em Belo Horizonte. Cerca de 240 pessoas participaram do evento. \\\\\\\"O evento foi um sucesso\\\\\\\", disse o diretor Social da Apadem, Hugo Vinícius da Costa, que agradeceu o apoio do prefeito Neto.\\\\\\\"Temos mais uma semana de eventos\\\\\\\", falou Hugo, lembrando que a luta é pelo diagnóstico precoce.  
 Na terça-feira (dia 5), a partir das 17h, será realizada uma audiência pública na Câmara de Vereadores de Volta Redonda, com o tema Políticas Públicas para o Autista.

        No dia 07, às 14h, haverá uma passeata realizada por integrantes da Apadem no entorno da Praça Brasil, na Vila Santa Cecília, onde a associação pretende informar melhor ao público o que é o autismo. No dia 9, às 9h, será realizada a palestra “A Família e o Autismo”, com Nilton Salvador, na UFF (campus Aterrado). Ele é escritor, vive em Curitiba (PR), e já publicou quatro livros sobre o assunto, sendo o mais conhecido do público “Vida de Autista”.

        AMIGO DO AUTISTA - No ano passado, a Apadem realizou em Volta Redonda a 1ª Semana de Conscientização do Autista, quando o prefeito Antônio Francisco Neto se colocou à disposição para dar o apoio necessário à instituição - que foi fundada em Volta Redonda há 11 anos e é referência no Sul do estado do Rio - e ganhou a distinção de “Prefeito Amigo do Autista”.

        Segundo a presidente da Apadem, Cláudia Moraes, a parceria com a Prefeitura Municipal deu credibilidade ao evento. “O prefeito Neto sempre nos apoiou, ele nos ouve, encaminha soluções, está sempre atento quando precisamos da sua atenção”, afirmou Claudia, acrescentando estar recebendo a colaboração das secretarias de Educação, Saúde, e Ação Comunitária.

        Volta Redonda tem a maior escola pública da América Latina voltada para a educação especial do autista: a Escola Municipal Especializada Dayse Mansur, no bairro Jardim Paraíba, com 67 crianças, além do Sítio Escola, no bairro São Luiz, que atende 59 alunos. Em toda a rede municipal voltada para a educação infantil e ensino fundamental, tem mais 42 crianças autistas e portadoras de deficiências mentais matriculadas. A presidente da Apadem destacou este trabalho de integração.

        “O nosso foco é a família dos autistas com palestras, cursos, oficinas para três grupos, o pai, a mãe e a criança. Os nossos autistas do município são bem atendidos em duas boas escolas da prefeitura. Nós atendemos a mais de 100 famílias”, explicou ela.

        Cláudia disse que o próximo passo a ser dado junto com a administração municipal será a capacitação dos médicos da rede municipal para o diagnóstico precoce do autismo. O assunto ainda será encaminhado ao prefeito Neto e à secretária municipal de Saúde, Suely Pinto, porque o diagnóstico precoce auxilia a identificação do transtorno e favorece o tratamento. Uma característica do transtorno apontada pela presidente da Apadem é que a cor azul foi escolhida para representar o autista porque para cada menina afetada existem quatro meninos que apresentam o transtorno.

        A Apadem pretende trazer para Volta Redonda, na audiência pública na Câmara Municipal, na próxima terça-feira, um autista que é músico, tenor clássico, fala quatro idiomas, é formado e pós- graduado na faculdade de música. O convidado é também deficiente visual, e conseguiu superar todas essas barreiras para conquistar uma vida que sempre sonhou.

Notícia atualizada dia 31/03/11 às 18:22
Fonte: ACS/PMVR

terça-feira, 29 de março de 2011

Comercial TV Rio Sul, Dia do Autismo

Amigos, é com muita alegria que posto aqui as fotos da gravação do comercial que a TV Rio Sul fará em comemoração ao Dia da Conscientização do Autismo. Lipe será o protagonista, o que me deixa muito feliz e orgulhosa!

Agradeço aos amiguinhos do Lipe, Maria Fernanda , Davi e Lara que tb participaram na gravação.

terça-feira, 15 de março de 2011

quinta-feira, 10 de março de 2011

Robô ajuda crianças inglesas com autismo a identificar emoções





Eden Sawczenko se retraía quando outras meninas seguravam sua mão e ficava imóvel quando a abraçavam.
Neste ano, Eden, de quatro anos, que sofre de autismo, começou a brincar com um robô que ensina sobre emoções e contato físico.
"Ela está mais afetuosa com seus amigos e, agora, até toma a iniciativa de abraçar", afirma Claire Sawczenko, mãe da menina.
Eden frequenta uma pré-escola para crianças autistas em Stevenage, ao norte de Londres, onde pesquisadores levam um robô com feições humanas do tamanho de uma criança uma vez por semana para uma sessão supervisionada.
As crianças, cujos níveis de autismo variam de leve a severo, brincam com o robô por dez minutos, enquanto um cientista controla o aparelho por controle remoto.
O robô, chamado Kaspar, é programado para sorrir, franzir, rir, piscar e balançar os braços. Foi construído por cientistas da Universidade de Hertfordshire a um custo de 1.300 libras (R$ 3.475).
Kaspar ainda está em fase experimental, e os pesquisadores esperam que ele possa ser produzido em massa por um preço menor.



INTERAÇÃO
O robô faz poucos truques, como dizer: "Olá, meu nome é Kaspar. Vamos brincar". Ele ri quando encostam em suas laterais ou nos seus pés, levanta os braços e, se leva um tapa, põe as mãos no rosto e grita: "Ai, isso dói".
"Crianças com autismo não reagem bem às pessoas porque elas não entendem as expressões faciais", diz Ben Robis, pesquisador de ciências da computação na Universidade de Hertfordshire e especialista em autismo.
"Robôs são mais seguros para elas porque há menos a interpretar, eles são bem previsíveis", afirma.
Há projetos similares no Canadá, no Japão e nos EUA, mas a pesquisa inglesa é uma das mais avançadas. Até agora, cerca de 300 crianças com autismo já brincaram com Kaspar naquele país.
Especialistas sem ligação com o projeto afirmam que a ideia é promissora.
Para Abigael San, representante da Sociedade Britânica de Psicologia, é possível que as crianças transfiram o que aprenderam com o robô para suas casas.
Mas ela alerta que especialistas e pais não podem depender tanto assim de robôs.
"Não queremos que crianças com autismo fiquem muito acostumadas aos robôs. Elas precisam aprender a se relacionar com pessoas."
Kerstin Dautenhahn, pesquisadora da Universidade de Hertfordshire e responsável pelo projeto, diz que o robô também pode ser usado para crianças com síndrome de Down e outros problemas.

sábado, 5 de março de 2011

Vamos nos conscientizar...




O Dia Mundial de Conscientização sobre o Autismo foi instituído pela ONU em dezembro de 2007, que definiu a data de 2 de abril como marco da mobilização mundial para mostrar que há pessoas um pouco diferentes das outras, mas que, na sua essência, são tão humanas quanto todos.
 
Autismo é uma palavra desconhecida para muitos. Dessa forma o Dia Mundial de Conscientização sobre o Autismo busca esclarecer o que vem a ser o Autismo e disseminar informações sobre a importância do diagnóstico e da intervenção precoce. 

quinta-feira, 24 de fevereiro de 2011

Autismo e Inclusão - Psicopedagogia e Práticas Educativas na Escola e na Família





O autismo tem demandado estudos e indagações, permanecendo ainda desconhecido de grande parte dos educadores. O espectro possui diferentes níveis, no qual encontra-se a síndrome de Asperger.
O livro propõe ao leitor transformar as necessidades do autista em amor pelo movimento de aprender e de construir por meio de autonomia e identidade.  O autor enfatiza que na prática docente é possível perceber dificuldades para a elaboração de um cúrrículo com atividades adequadas e funcionais para alunos com autismo, que favoreça a inclusão escolar e social.

O que é mais importante fazer?
Como cativar a atenção?
É possível educar?
É possível aprender?

Autor: Eugênio Cunha é mestre em educação, psicopedagogo, jornalista, pesquisador e professor do Sistema Montessori, da educação básica e do ensino supeior. Trabalha com crianças que apresentam dificuldades de aprendizado e autismo.

Sumário  
Heróis solitários, mas sempre aprendentes
  • Prefácio
  • Para conhecer e identificar o autismo
  • O que o educador precisa saber?
  • O que construir com o aprendente autista? Um currículo com atividades funcionais
  • Comunicação, memória e atenção
  • Escola e família
  • Professor, escola e inclusão
  • A contribuição da psicopedagogia
  • NA inclusão, uma palavra de amor

  • Valor médio: R$ 27,00
  • Referência: CUNHA, Eugênio. Autismo e Inclusão: psicopedagogia práticas educativas na escola e na família. Rio de Janeiro: Wak Editora, 2º edição, 2010. 

sábado, 5 de fevereiro de 2011

A turma da Mônica tem um amiguinho muito especial – o André!

Com ele podemos aprender um pouco mais sobre o autismo e trabalhar a diversidade em sala de aula.

O Gibi "Turma da Mônica - Um amiguinho diferente" pode ser utilizado para trabalhar a diversidade em sala de aula e preparar os alunos para o processo de inclusão social de coleguinhas especiais.



Clique no link abaixo:
                    http://www.youtube.com/watch?v=3OcuxQGLF_I&feature=player_embedded

A turma da Mônica: um amiguinho diferente, é uma realização da Associação de Amigos do Autista e do Instituto Mauricio de Souza.





Fonte: Mundo Asperger

sábado, 15 de janeiro de 2011

Síndrome de Asperger: Guia para professores



Amigos... Alguns de vcs já conhecem essa matéria. É muito interessante para pais e professores, afinal  daqui a pouco, inicia-se mais um ano letivo para nossos fihotes e é bom lermos e relermos esse guia e mostrá-lo aos professores.

Estamos no ínício do ano letivo e muitas de nossas crianças estão ansiosas para começar uma nova jornada. Pensando nisso, buscamos um instrumento para que os profissionais de educação possam conhecer um pouco do mundo aspie. O guia a seguir foi elaborado para que as famílias possam oferecer aos professores dos seus filhos uma breve descrição da síndrome de Asperger e dos comportamentos esperados no ambiente acadêmico.
Este guia foi elaborado pelos pais que participaram do fórum sobre síndrome de Asperger do OASIS (Online Asperger Syndrome Information and Support), os textos do fórum foram compilados e editador por Elly Tucker. Esta versão, traduzida para o português, sofreu alterações e adaptações pertinentes ao contexto brasileiro.
Para os pais

Os pais das crianças, que juntos construíram este guia, esperam que ele auxilie os professores a entender melhor algumas das características das crianças com síndrome de Asperger e em especial as de seu filho. A seguir é disponibilizada uma carta de apresentação e o guia para professores. Entregue uma carta com o respectivo guia para cada um dos professores que seu filho irá trabalhar neste ano. Uma vez que cada criança apresenta comportamentos peculiares sinta-se livre para usar os itens, que são mais apropriados para descrever o seu filho e/ou para fazer as alterações julgadas necessárias.

Para os professores

Caro professor (a) (coloque aqui o nome do professor, faça uma carta para cada profissional)

Olá, nós somos os pais do (coloque o nome de seu filho aqui). Nosso filho foi diagnosticado com síndrome de Asperger (SA), que é um transtorno neurobiológico do espectro autista. Crianças com SA podem apresentar dificuldades em utilizar e compreender comportamentos não-verbais e a desenvolver relacionamentos apropriados com seus colegas, em parte, porque nas suas interações, muitas vezes há a falta de um intercâmbio espontâneo.
Apesar de, na maioria das vezes, ele apresentar interesses intensos e competências em determinados assuntos, ele também pode apresentar muita dificuldade com a organização. Crianças com SA podem apresentar falta de empatia, ter dificuldades com problemas sensoriais e muitas vezes elas se apóiam fortemente em rotinas.
Você vai perceber que o nosso filho tem muitos pontos fortes. No entanto, listamos abaixo algumas questões que podem surgir à medida que você trabalhar com ele. Alguns dos comportamentos que você vai observar ao longo do ano não estão sob seu controle, eles não são intencionais, não é resultado de dolo ou de mau comportamento. Às vezes o nosso filho simplesmente não sabe como responder apropriadamente em determinadas situações. Sem dúvida, você irá também desenvolver suas próprias estratégias que serão úteis nessas situações.
Por favor, fique a vontade para nos chamar a qualquer momento para falar sobre o nosso filho ou se tiver dúvidas sobre a Síndrome de Asperger. Nós podemos ser contatados por meio de: (disponibilize aqui todas as formas de contato com sua família, telefone, celular, email etc).

Você também pode obter informações sobre a síndrome de Asperger no site www.mundoasperger.com.br.
Sinceramente, agradecemos a sua caminhada conosco e por fazer parte da história do nosso filho!

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Síndrome de Asperger: Guia para professores




Comportamentos Gerais

Esta síndrome é caracterizada por um tipo de desenvolvimento peculiar como se fosse uma espécie de "queijo suíço", ou seja, algumas coisas são aprendidas de forma adequada à idade, ao passo que outras coisas podem ficar para trás ou estar ausentes. Além disso, as crianças podem ter habilidades anos à frente do desenvolvimento normal (por exemplo, uma criança pode compreender os princípios matemáticos complexos, da mesma forma que poderá não será capaz de se lembrar de trazer a sua lição de casa).

É importante salientar que mesmo quando uma criança com SA aprende alguma coisa em uma dada situação, nem sempre ela se lembrará automaticamente ou será capaz de generalizar a aprendizagem para novas situações.

Nosso filho criança reage bem ao estilo positivo e paciente de ensino. De um modo geral um adulto falando com uma voz calma e ponderada vai colher muitos benefícios. Mas, deixe claro desde o início que você é o professor e ele o aluno, pois é você quem deverá ter o domínio da situação.

Às vezes, nosso filho poderá experimentar colapsos, onde pouco poderá ser feito até que ele saia desta situação. Em momentos como este, conduza-o para um local tranqüilo e seguro, onde nosso filho possa se restabelecer. Depois que a situação se acalmar, tente tomar nota do que ocorreu antes do colapso (como uma mudança inesperada na rotina, um barulho, uma imagem, por exemplo).

Quando se chega a um ponto no qual as coisas na sala de aula estão indo bem, isso significa que se está no caminho correto. Mas, não pense que o nosso filho está curado, que não terá mais problemas ou que está na hora de retirar o apoio. Na verdade, entenda isso como um sinal verde para que se aumentem gradualmente as exigências.

Nosso filho pode ter tiques vocais ou “chiliques”. Esteja preparado para eles, especialmente quando se tem um momento difícil. Também, por favor, deixe claro às outras crianças que esta é uma forma dele lidar com o estresse ou medo.
Quando você observar “chiliques” ou outros tipos de reações inoportunas, saiba que nosso filho não está sendo deliberadamente hostil. Em vez disso, entenda que se trata de uma luta interna, um susto ou até mesmo uma reação a algo que o está colocando em uma situação desconfortável. Pense nisso como uma sobrecarga de um circuito elétrico, onde a prevenção às vezes pode inibir situações, se você perceber os sinais de alerta antecipadamente. Com o tempo você desenvolverá esta percepção e será capaz de prevenir e se não for possível, ajudá-lo a sair dessa situação.

Nosso filho pode precisar de ajuda para resolver situações-problema. Por favor, esteja disposto a ter tempo para ajudá-lo com isso. Muitas vezes, uma criança com necessidades educativas especiais decorrentes da síndrome de Asperger, apenas com uma pequena atenção extra, pode seguir no caminho certo para alcançar o seu potencial acadêmico e pessoal.

Ao dividir atribuições entre grupos, designe você em vez de deixar para que as outras crianças escolham os membros, caso contrário as chances de que o nosso filho fique de fora ou sinta-se excluído será maior.

Observe e não deixe de reforçar positivamente com elogios seus acertos e pontos fortes, por menor que eles sejam. Isto vai dar ao nosso filho a confiança necessária para que ele trilhe o caminho certo para o seu desenvolvimento intelectual.

Fomente um ambiente de sala de aula que suporte a aceite as diferenças e a diversidade.

Repetições

Nosso filho pode repetir muitas vezes a mesma coisa, e você perceberá que isso tende a ocorrer à medida que aumenta o estresse e/ou a sua ansiedade.

Evite responder as mesmas coisas repetidas vezes, ou elevar a sua voz na respostas seguintes ou apenas apontar que a pergunta está sendo repetida. Em vez disso, tente redirecionar a atenção de nosso filho ou encontrar um caminho alternativo para que ele possa sair dessa situação.

Permita que o nosso filho possa escrever uma pergunta, expor seu pensamento por escrito ou mesmo desenhar algo para que ele possa quebrar o ciclo de estresse e ansiedade.


Mudanças

Nosso filho pode apresentar uma grande dificuldade com mudanças. Ter um quadro ou um calendário de atividades pode ser útil.

Por favor, informe o quanto antes for possível, qualquer mudança ou necessidade de interrupção em um calendário de atividades já informado a ele.
Informar uma ou duas vezes que uma mudança de atividade ou na programação irá ocorrer pode ser suficiente para que ele a aceite. Pergunte a ele se está ciente da mudança e se está de acordo. Na maioria das vezes, ao tomar ciência da mudança de maneira antecipada e ser informado do que irá ocorrer em substituição tende a torná-lo tolerante e receptivo à mudança.


Habilidades sensoriais, motoras e processamento auditivo


Nosso filho pode apresentar dificuldades para compreender uma seqüência de instruções ou muitas palavras de uma só vez.

Quebrar a instrução dentro de uma seqüência de passos simples é bastante útil.

Você pode utilizar fichas com fotos, figuras ou mesmo instruções dentro de uma seqüência para ilustrar quais as atividades prevista para aquele dia, por exemplo uma ficha para aula de português, outra para matemática, uma figura de lanche para representar o intervalo, uma foto da quadra de esportes para representar a aula de educação física e o desenho de uma casa para indicar o término das atividades.

Procure falar devagar e em frases menores para ajudá-lo a compreender uma instrução.

Indicações são mais facilmente compreendidas se forem repetidas forma clara, simples e em uma variedade de maneiras.

Nosso filho pode agir de uma forma muito desajeitada (coordenação), ele também pode reagir a certos sabores, texturas, cheiros e sons.


Estímulos


Ele pode se sentir incomodado por ruídos altos ou baixos, luzes, texturas e sabores fortes, por causa da hipersensibilidade a estas coisas.
Diante de muitas crianças, local tumultuado, barulhento e com ruídos, por favor, tente ajudá-lo a encontrar um lugar tranqüilo para que ele possa se confortar.

Intervalos de atividades e ambientes desestruturados (como almoço, lanche e trocas de sala de aula) podem vir a ser confusos para ele. Por favor, tente ajudá-lo fornecendo algumas orientações e solicitando a outros adultos ajuda extra durante estes momentos mais difíceis.
Permita que ele se movimente, pois ficar sentado por longos períodos de tempo pode ser muito difícil.

Posicione-o na sala de aula de maneira que ele recebe os seus estímulos e não do ambiente e procure manter contato visual para verificar se ele está recebendo suas mensagens.

Em alguns casos é saudável que ele faça uma pequena caminhada, com um amigo ou auxiliar de ensino, mas não faça disso uma regra, pois ele pode incorporar como uma rotina e não desejar mais permanecer em sala de aula.


Dicas Visuais


Algumas crianças aprendem melhor com ajuda visual, tais como imagem de horários, indicações escritas ou desenhos (outras crianças podem compreender melhor com instrução verbal).

Sinais de mão podem ser úteis, especialmente para reforçar certas mensagens, tais como: "esperar a sua vez", "parar de falar", ou "falar mais devagar ou suavemente".


Interrupções

Às vezes, pode demorar mais que poucos segundos para o meu filho responder às perguntas. Ele precisa interromper o que ele está pensando, se posicionar na questão, formular uma resposta e depois responder. Por favor, aguarde pacientemente a resposta e encoraje outros a fazerem o mesmo. Caso contrário, ele terá que começar tudo de novo.
Quando alguém tentar o ajudar a terminar suas frases ou o interromper, em alguns casos, ele necessitará voltar ao ponto inicial e começar de novo sua resposta para restabelecer a sua linha de pensamento.

Contato Visual



Em determinadas situações, pode parecer que nosso filho não está te ouvindo, mas na verdade ele realmente está. Quando ele não estiver olhando para você, não presuma que ele não está lhe ouvindo.

Ao contrário da maioria de nós, por vezes, forçar o contato visual quebra a sua concentração. Ele pode realmente ouvir e entender melhor você sem a necessidade de olhar diretamente em seus olhos.


Habilidades sociais e amizades


Aqui reside um dos maiores desafios para as crianças com SA. Elas são bastante desajeitadas para iniciar uma amizade, apesar de desejá-la, pois não tem idéia de como funciona esse jogo social.

Identificar um ou dois alunos que tenham empatia com ele e que possam se tornar seus colegas pode ajudar o nosso filho a se sentir em um ambiente amigável.

Sensibilizar os outros colegas da classe também pode ser útil, se for feito de uma forma positiva. Por exemplo, falar que todos nós temos desafios a enfrentar e que isso não é diferente para uma criança com síndrome de Asperger. O seu maior desafio é entender bem as situações sociais e que para isso ele necessita da compreensão daqueles que participam de seu convívio. Que essa dificuldade é semelhante ao caso de outras crianças, como aquelas que necessitam de óculos para enxergar ou de um aparelho de audição para ouvir.
Os alunos com Síndrome de Asperger são potenciais vítimas de atos de bullying praticados por outras crianças. Isso é causado por alguns fatores: Existe uma grande probabilidade de que o ato intimide a criança com Asperger, o que reforça esse tipo de comportamento; crianças com Asperger desejam ser incluídas e gostariam tanto de ser que elas acabam não relatando os atos de bullying, temendo a rejeição do autor e/ou dos outros estudantes.


Rotina


A rotina é muito importante para a maioria das crianças com síndrome de Asperger, mas pode ser muito difícil de alcançar em uma base regular em nosso mundo.

Por favor, deixe nosso filho saber de todas as mudanças previstas, assim que conhecê-las, especialmente por meio de imagens ou horários.



Deixe-o saber, se possível, quando haverá um professor substituto ou uma atividade externa que possa vir a ocorrer durante o horário regular escolar.


Línguagem


Apesar de que o seu vocabulário e uso da linguagem possam parecer de alto nível, crianças com síndrome de Asperger, podem não saber o significado do que estão dizendo mesmo que as palavras sejam pronunciadas corretamente.

Piadas e palavras de duplo sentido muitas vezes não são compreendidas por nosso filho. Mesmo com explicações do que se entende por tais palavras, na maioria dos casos elas não serão suficientes para esclarecer o seu significado, pois as perspectivas de uma criança com síndrome de Asperger podem ser únicas e, às vezes, imutáveis.


Habilidades organizacionais

Nem sempre nosso filho tem a capacidade de se lembrar de um monte de informações ou a habilidade de recuperar essas informações para a sua utilização.

Pode ser útil para desenvolver programações (imagem ou escrita) para ele.
Por favor, disponibilize individualmente para ele, em sua mesa, quais as lições de casa que deverão ser realizadas e os respectivos prazos de entrega para que ele possa fazer uma cópia. Por favor, certifique-se que essas obrigações foram anotadas e o material necessário foi colocado em sua mochila, porque nem sempre ele será capaz de contar tudo o que deve ser feito quando chegar em casa.

Se necessário permita que ele copiar as anotações de outras crianças ou mesmo forneça uma cópia da matéria. Muitas crianças com síndrome de Asperger também apresentam disgrafia, ou seja, eles são incapazes de ouvir você falar, ler o quadro e tomar notas ao mesmo tempo.


Uma Palavra Final


Às vezes, alguns comportamentos do nosso filho podem ser inoportunos e irritantes para você e para os alunos da sua classe. Por favor, saiba que isto é normal e esperado. Tente não deixar que um dia difícil estrague o fato de que você é um(a) professor(a) maravilhoso(a), diante de uma situação desafiadora pela frente e que nada será igual ao trabalho que você já realizou em outras oportunidades.


Você também vai estar diante de situações novas e únicas no mundo e experimentará o prazer das pequenas conquistas e o sabor da vitória de uma maneira especial, pois são essas pequenas vitórias que fazem a diferença no desenvolvimento de nosso filho e que proporcionará uma nova sensação de sucesso profissional a você.

Sinta-se livre para compartilhar conosco o que você quiser. Já ouvimos muitas coisas antes. O que você tiver que falar para nós não irá nos chocar ou nos fazer pensar mal de você.

A comunicação é a chave e, trabalhando juntos como uma equipe, nós poderemos fornecer o melhor para você e para o nosso filho.

Muito obrigado!




Fonte: Mundo Asperger