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terça-feira, 19 de abril de 2011

Meninas e Síndrome de Asperger





Como no caso do TDAH (Transtorno de déficit de atenção e hiperatividade), os sintomas da síndrome de Asperger são diferentes em meninas em relação aqueles apresentados por meninos, conseqüentemente, o número de meninos encaminhados para uma avaliação é bastante superior ao de meninas, numa proporção de 10:1.
Apesar disso, estudos epidemiológicos sugerem que uma relação de 4:1 é mais precisa, o que significa que provavelmente milhares de meninas com síndrome de Asperger nunca irão receber um diagnóstico.


Meninas e Síndrome de AspergerFonte: www.yourlittleprofessor.com
Tradução livre e adaptação de Ubiratan Bueno

A síndrome de Asperger é assim denominada em homenagem a Hans Asperger, o homem que descobriu inicialmente a desordem. As características da síndrome de Asperger são semelhantes as do autismo, onde a principal diferença é que elas tendem a ser mais leves.


A principal diferença encontrada no diagnóstico da síndrome de Asperger entre meninos e meninas parece ser causada pela maneira peculiar de como meninos e meninas se expressam. O comportamento agressivo é mais perceptível, e uma criança que é excessivamente agressiva é mais susceptível de ser avaliada. Uma vez que as meninas têm maior capacidade de expressar suas emoções, elas são menos propensas a extrapolá-las quando estão incomodadas, confusas ou sobrecarregadas. Sem este comportamento "bússola", os outros aspectos síndrome de Asperger são mais propensos a passar despercebidos.

Outra semelhança entre o TDAH e síndrome de Asperger em meninas é que os sintomas são mais passivos por natureza, o que torna mais difícil perceber. Como os sintomas são mais leves, os pais também estão mais relutantes em levar sua filha para realizar um diagnóstico.

Alguns especialistas especulam que uma razão de que menos meninas são diagnosticadas é porque os seus colegas são mais propensos a ajudá-las a lidar com situações sociais, que é onde os sintomas de Asperger são mais facilmente identificáveis. O ato de acolher é um instinto feminino, e é assim que as amigas de uma menina com a síndrome de Asperger vão confortá-la intuitivamente quando ela estiver chateada, ou guiá-la através de interações sociais. Em contraste, os garotos tendem a ser mais 'perversos' e, portanto, mais susceptíveis a provocar um menino com síndrome de Asperger. Devido as amigas de uma garota fazerem o seu melhor para ajudá-la, seus pais e/ou professores podem não perceber os sintomas, ou não podem percebê-los com bastante freqüência, o que obrigaria a buscar um diagnóstico clínico.

Um dos sintomas chave que é comum entre meninos e meninas é o interesse hiper-focalizado em uma determinada coisa ou assunto. Para os meninos, os interesses especiais são muitas vezes em áreas de ciência ou de transporte (trens ou aviões). Nas meninas, o foco está freqüentemente em animais ou em literatura clássica. O interesse em si não é incomum, mas uma criança com Asperger terá um conhecimento excepcionalmente íntimo de seu tema de interesse. As meninas podem brincar com bonecas e ter amigos imaginários, o que não parece de todo incomum. Entretanto, seu interesse por essas coisas vão continuar, mesmo quando ela for uma adolescente, quando isso já deverá ter sido superado.1

Devido às situações sociais serem estressantes e desconfortáveis para meninas com síndrome de Asperger, muitas vezes elas aprendem a imitar as pessoas que têm fortes habilidades sociais. Eles podem adotar de outra pessoa maneirismos, expressões faciais e até mesmo entonações. Novamente, isto é por vezes, mal interpretado, especialmente em crianças mais velhas ou em adultos, e que pode conduzir a um diagnóstico equivocado de transtorno de personalidade.

Dr. Tony Atwood2, em seu artigo sobre as meninas com Asperger, observou que as meninas "são mais motivadas a aprender e mais rápidas em entender conceitos-chave em comparação com meninos com síndrome de Asperger de habilidade intelectual equivalente". Como tal, ele previu que as meninas se sairiam melhor em longo prazo, caso fossem diagnosticadas corretamente.

Os pais que suspeitarem que sua filha possa ter a síndrome de Asperger devem procurar o aconselhamento de um profissional médico especializado. Certifique-se de tomar nota dos comportamentos em questão, incluindo a freqüência e o ambiente no qual o comportamento ocorre. Uma vez que os sintomas de Asperger são muito mais sutis nas meninas, os pais devem se consultar com alguém que seja especializado no diagnóstico da síndrome de Asperger.

Da mesma forma como ocorre em outras casos de dificuldades de comportamento ou de aprendizagem, as crianças com Asperger têm direitos específicos de ensino. Os pais de uma criança que foi diagnosticada com a síndrome de Asperger devem tomar conhecimento da política de ensino e da proposta pedagógica da escola, e se for preciso buscar aconselhamento psico-pedagógico especializado com a finalidade de se obter planos de ensino adaptados. Muitas vezes, uma criança com necessidades educativas especiais decorrentes da síndrome de Asperger, apenas com uma pequena atenção extra, pode seguir no caminho certo para alcançar o seu potencial acadêmico e pessoal.

3 comentários:

  1. Bom dia!
    Bom, meu nome é Manuela Alves e tenho uma filha de 3 anos, ela tem dificuldade na fala, me leva ao que ela quer, sem pedir diretamente. De um tempo pra ca a criança começou a ler sem ninguém ensinar,o máximo que fiz foi ensinar o ABC... e fiquei um pouco assustada, desde então pesquiso pra encontrar uma ajuda, uma luz.
    Pois estou levando ela no CAPS, (centro de atendimento psico-social). Só que neste lugar o tratamento é feito tudo junto, crianças com outras deficiências...
    Desculpe o encomôdo, e se puder me ajudar indicando um lugar ou alguém, agradeço desde já.
    Orkut-IVE MANUELA ALVES. CEL:(21)92651247

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  2. Oi Manuela td bem?
    Vc mora onde? Sua filha já passou por um especialista?
    Abrçs...

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  3. Olá,

    Meu nome é Humberto e trabalho em um site de saúde. Estou buscando depoimentos de pessoas que convivem com asperger. Será que eu poderia conversar com a senhora? Não encontrei seu e-mail no blog.

    Obrigado

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