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terça-feira, 3 de dezembro de 2013

EAD





ENSINO A DISTÂNCIA

 O desenvolvimento de novas tecnologias tem sido no decorrer dos anos, um agente relevante de aprendizagem que conduz à expansão das oportunidades de combinação de recursos tecnológicos e humanos. A educação à distância (EAD), portanto, decorre da necessidade de novas propostas de estudo, pelas quais o aluno não tem uma delimitação geográfica e nem uma sala de aula presencial para buscar sua qualificação. Por isso, estudos sobre a utilização das ferramentas disponíveis nos ambientes de EAD, tornam-se necessários para que os recursos empregados não sejam um limitador à aprendizagem no meio virtual. EAD significa ‘ensino aberto e à distância’, uma amálgama de dois métodos de ensino, que se centra na expansão do acesso ao ensino. É caracterizado por dois factores: a sua filosofia e o uso da tecnologia: A maioria dos sistemas de EAD têm uma filosofia que visa: • remover barreiras à educação • permitir aos estudantes estudarem o que eles querem, quando quiserem, e onde quiserem. Os sistemas de EAD típicos utilizam tecnologia para mediar a aprendizagem, por exemplo: • manuais impressos • cassetes de áudio • rádio • a Web. Não existe um método único de ministrar o EAD, por isso existe uma grande variedade de cursos descritos como cursos de ‘ensino aberto’ ou de ‘educação à distância’. Não basta criar condições de acesso à informação, é preciso que os conteúdos da disciplina ou do curso como um todo sejam bem elaborados, de maneira que seja possível desenvolver interações dos alunos com os conteúdos para a construção do aprendizado. O planejamento do sistema de EAD pode iniciar com uma proposta pedagógica bem elaborada, com definição clara: − dos objetivos; − do público-alvo; − dos mecanismos de avaliação; − dos demais aspectos envolvidos, como produção de material didático, tutoria, secretaria, que são fundamentais para o bom andamento de qualquer curso na modalidade a distância. O curso deve ser estruturado a partir das necessidades do aluno. Um bom planejamento educacional em EAD consegue fazer a ponte entre a teoria e a prática. Nada melhor do que fazer o diagnóstico da realidade do público-alvo. O cursos EAD são indicados principalmente às pessoas que tem pouco tempo livre e desejam fazer um curso de especialização, graduação ou até pós-graduação, melhorando seu currículo e consequentemente aumentando seu salario. É muito importante planejar e organizar um sistema de EAD e desenvolver o Projeto Pedagógico levando em consideração as necessidades de cada curso. O PDI define a missão, os objetivos e os princípios da instituição no que se refere às suas ações de educação. O Projeto Pedagógico foi instituído pela Lei no. 9.394/96 da Lei de Diretrizes e Bases (LDB). O credenciamento de instituições para oferta de educação na modalidade a distância (EAD) deverá ser requerido por instituições de educação superior já credenciadas no sistema federal ou nos sistemas estaduais e do Distrito Federal, conforme art. 80 da Lei n o 9.394 de 20 de dezembro de 1996 e art. 9 o do Decreto n° 5.622, de 19 de dezembro de 2005. Os ambientes virtuais de aprendizagem podem ser definidos como sistemas de ensino e aprendizagem integrados e abrangentes capazes de promover o engajamento do aluno. Eles possibilitam criar situações de ensino e aprendizagem nas quais os alunos organizam seu estudo (princípio do estudo autônomo). O próprio estudo não é iniciado e dirigido por eventos expositivos e receptivos ritualizados, mas, sim, por meio de discussão e interação.


terça-feira, 6 de novembro de 2012

Pensadores que influenciaram a Pedagogia

Pensadores que Influenciaram a Pedagogia
1. 1 Jean Piaget

Jean Piaget é o mais conhecido dos teóricos que defendem a visão interacionista do desenvolvimento. Ele considerou que se estudasse cuidadosa e profundamente a maneira pela qual as crianças constroem as noções fundamentais de conhecimento lógico, tais como: tempo,espaço,objeto,causalidade e outros poderia compreender a gênese (ou seja, o nascimento) e a evolução do conhecimento humano.
Daí o nome dado a sua ciência de Epistemologia Genética, que é entendida como o estudo dos mecanismos do aumento dos conhecimentos.
Convém esclarecer que as teorias de Piaget têm comprovação em bases científicas. Ou seja, ele não somente descreveu o processo de desenvolvimento da inteligência mas, experimentalmente, comprovou suas teses.

IDÉIAS CENTRAIS DE SUA TEORIA

1 – A inteligência para Piaget é o mecanismo de adaptação do organismo a uma situação nova e, como tal, implica a construção contínua de novas estruturas. Esta adaptação refere-se ao mundo exterior, como toda adaptação biológica. Desta forma, os indivíduos se desenvolvem intelectualmente a partir de exercícios e estímulos oferecidos pelo meio que os cercam.
2 – Para Piaget o comportamento é construído numa interação entre o meio e o indivíduo. Esta teoria epistemológica (epistemo = conhecimento; e logia = estudo) é caracterizada como interacionista.
3 – Sua teoria nos mostra que o indivíduo só recebe um determinado conhecimento se estiver preparado para recebê-lo. Não existe um novo conhecimento sem que o organismo tenha já um conhecimento anterior para poder assimilá-lo e transformá-lo. O que implica os dois pólos da atividade inteligente: assimilação e acomodação. É assimilação a medida em que incorpora a seus quadros todo o dado da experiência; é acomodação a medida em que a estrutura se modifica em função do meio, de suas variações.
4 – O desenvolvimento do indivíduo inicia-se no período intra-uterino e vai até aos 15 ou 16 anos. A construção da inteligência dá-se portanto em etapas sucessivas, com complexidades crescentes, encadeadas umas às outras. A isto Piaget chamou de “construtivismo seqüencial”.
Períodos em que ocorrem o desenvolvimento motor, verbal e mental do indivíduo Período Sensório-Motor: (0 – 2 anos): A ausência da função semiótica é a principal característica deste período. A inteligência trabalha através das percepções (simbólico) e das ações (motor) através dos deslocamentos do próprio corpo. É uma inteligência eminentemente prática. Sua linguagem vai da ecolalia (repetição de sílabas) à palavra-frase Sua conduta social, neste período, é de isolamento e indiferença (o mundo é ele).
Período Simbólico: (2 – 4 anos): Neste período surge a função semiótica que permite o surgimento da linguagem, do desenho, da imitação, da dramatização, etc.. Podendo criar imagens mentais na ausência do objeto ou da ação é o período da fantasia, do faz de conta, do jogo simbólico A linguagem está a nível de monólogo coletivo, ou seja, todos falam ao mesmo tempo sem que respondam as argumentações dos outros.. Sua socialização é vivida de forma isolada, mas dentro do coletivo.
Período Intuitivo: (4 aos 7 anos): Este período é a “idade dos porquês”, onde o indivíduo pergunta o tempo todo. Distingue a fantasia do real, podendo dramatizar a fantasia sem que acredite nela. Seu pensamento continua centrado no seu próprio ponto de vista. Quanto à linguagem não mantém uma conversação longa mas já é capaz de adaptar sua resposta às palavras do companheiro.
Período Operatório Concreto: (7 aos 11): Neste período torna-se mais comunicativo, as palavras tornam-se instrumentos do processo do pensamento. Passa a perceber que é membro de uma sociedade, e que as tarefas realizadas em conjunto se revestem de maior significado. Neste fase a criança argumenta bastante, especialmente com outras crianças e não tanto com os adultos. O argumento tende a ser em voz alta e de forma agressiva. Os jogos são coletivos e menos individualistas. Mostram desejo de regras definidas para regular o jogo. Emerge um forte sentimento de competição.
Período Operatório Abstrato: (11 anos em diante): Corresponde ao nível de pensamento lógico-matemático. É quando o indivíduo está apto para calcular uma probabilidade, libertando-se do concreto em proveito de interesses orientados para o futuro. A linguagem se dá a nível de discussão para se chegar a uma conclusão. Sua organização grupal pode estabelecer relações de cooperação e reciprocidade.
É importante ressaltar que embora as etapas possam ter uma faixa de duração diferenciada (e que pode variar de criança para criança), a passagem de uma etapa para outra não pode ocorrer com a supressão de uma delas.
1.2 Skinner

Burrhus Frederic Skinner, eminente psicólogo contemporâneo nascido nos Estados Unidos em 1904 relatou uma de suas observações, sobre o comportamento de pombos e ratos brancos. Para seus experimentos Skinner inventou um aparelho que depois de passar por modificações é hoje muito conhecido e utilizado nos laboratórios de psicologia, chamado como Caixa de Skinner.
Influenciado pelos trabalhos de Pavlov e Watson, Skinner passou a estudar o comportamento operante, desenvolvendo intensa atividade no estudo da psicologia da aprendizagem. Esses estudos levaram-no a criar os métodos de ensino programado que podem ser aplicados sem a intervenção direta do professor, através de livros, apostilas ou mesmo máquinas.
Caixa de Skinner
Devido à sua preocupação com controles científicos estritos, Skinner realizou a maioria de suas experiências com animais principalmente o Rato Branco e o Pombo. Desenvolveu o que se tornou conhecido por “Caixa de Skinner” como aparelho adequado para estudo animal. Tipicamente, um rato é colocado dentro de uma caixa fechada que contém apenas uma alavanca e um fornecedor de alimento. Quando o rato aperta a alavanca sob as condições estabelecidas pelo experimentador, uma bolinha de alimento cai na tigela de comida, recompensando assim o rato. Após o rato ter fornecido essa resposta o experimentador pode colocar o comportamento do rato sob o controle de uma variedade de condições de estímulo. Além disso, o comportamento pode ser gradualmente modificado ou modelado até aparecerem novas repostas que ordinariamente não fazem parte do repertório comportamental do rato. Êxito nesses esforços levou Skinner a acreditar que as leis de aprendizagem se aplicam a todos os organismos.
Em escolas, o comportamento de alunos podem ser modelados pela apresentação de materiais em cuidadosa seqüência e pelo oferecimento das recompensas ou reforços apropriados.
A aprendizagem programada e máquinas de ensinar, são os meios mais apropriados para realizar aprendizagem escolar. O que é comum ao homem, a pombos, e a ratos é um mundo no qual prevalecem certas contingências de reforços.
Segundo Skinner para ser forte uma cultura precisa transmitir-se; precisa dar as crianças seu acúmulo de conhecimento, aptidões e práticas sociais e éticas.
A instituição de educação foi estabelecida para servir a esse propósito. Certamente estudantes devem ser encorajados a explorar, a fazer perguntas a trabalhar e estudar independentemente para serem criativos.
A Máquina de Ensinar
A mais conhecida aplicação educacional do trabalho de Skinner é sem dúvida Instrução programada, e máquinas de ensinar.
Existem várias espécies de máquinas de ensinar. Embora seu custo e sua complexibilidade variem consideravelmente, a maioria das máquinas executa funções semelhante.
Skinner acredita que as máquinas de ensinar apresentam várias vantagens sobre outros métodos. Estudantes podem compor sua própria resposta em lugar de escolhê-la em um conjunto de alternativas. Exige-se que lembrem mais, e não apenas que reconheçam – que dêem respostas e que também vejam quais são as respostas corretas. A máquina assegura que esses passos sejam dados em uma ordem cuidadosamente prescrita.
Embora, é claro, que a máquina propriamente dita não ensine, ela coloca estudantes em contato com o professor ou a pessoa que escreve o programa. Em muitos aspectos, diz Skinner, é como um professor particular, no sentido de haver constante intercâmbio entre o programa e o estudante. A máquina mantém o estudante ativo e alerta.
A máquina de Skinner permite que o professor dedique suas energias a formas mais sutis de instrução, como discussão.
1.3 VYGOTSKY
Lev S. Vygotsky (1896-1934) , professor e pesquisador foi contemporâneo de Piaget, e nasceu e viveu na Rússia, quando morreu, de tuberculose, tinha 34 anos.
Construiu sua teoria tendo por base o desenvolvimento do indivíduo como resultado de um processo sócio-histórico, enfatizando o papel da linguagem e da aprendizagem nesse desenvolvimento, sendo essa teoria considerada histórico-social. Sua questão central é a aquisição de conhecimentos pela interação do sujeito com o meio.
As concepções de Vygotsky sobre o processo de formação de conceitos remetem às relações entre pensamento e linguagem, à questão cultural no processo de construção de significados pelos indivíduos, ao processo de internalização e ao papel da escola na transmissão de conhecimento, que é de natureza diferente daqueles aprendidos na vida cotidiana. Propõe uma visão de formação das funções psíquicas superiores como internalização mediada pela cultura.
As concepções de Vygotsky sobre o funcionamento do cérebro humano, colocam que o cérebro é a base biológica, e suas peculiaridades definem limites e possibilidades para o desenvolvimento humano. Essas concepções fundamentam sua idéia de que as funções psicológicas superiores (por ex. linguagem, memória) são construídas ao longo da história social do homem, em sua relação com o mundo. Desse modo, as funções psicológicas superiores referem-se a processos voluntários, ações conscientes, mecanismos intencionais e dependem de processos de aprendizagem.
Mediação: uma idéia central para a compreensão de suas concepções sobre o desenvolvimento humano como processo sócio-histórico é a idéia de mediação: enquanto sujeito do conhecimento o homem não tem acesso direto aos objetos, mas acesso mediado, através de recortes do real, operados pelos sistemas simbólicos de que dispõe, portanto enfatiza a construção do conhecimento como uma interação mediada por várias relações, ou seja, o conhecimento não está sendo visto como uma ação do sujeito sobre a realidade, assim como no construtivismo e sim, pela mediação feita por outros sujeitos. O outro social, pode apresentar-se por meio de objetos, da organização do ambiente, do mundo cultural que rodeia o indivíduo.
A linguagem, sistema simbólico dos grupos humanos, representa um salto qualitativo na evolução da espécie. É ela que fornece os conceitos, as formas de organização do real, a mediação entre o sujeito e o objeto do conhecimento. É por meio dela que as funções mentais superiores são socialmente formadas e culturalmente transmitidas, portanto, sociedades e culturas diferentes produzem estruturas diferenciadas.
A cultura fornece ao indivíduo os sistemas simbólicos de representação da realidade, ou seja, o universo de significações que permite construir a interpretação do mundo real. Ela dá o local de negociações no qual seus membros estão em constante processo de recriação e reinterpretação de informações, conceitos e significações.
O processo de internalização é fundamental para o desenvolvimento do funcionamento psicológico humano. A internalização envolve uma atividade externa que deve ser modificada para tornar-se uma atividade interna, é interpessoal e se torna intrapessoal.
Usa o termo função mental para referir-se aos processos de: pensamento, memória, percepção e atenção. Coloca que o pensamento tem origem na motivação, interesse, necessidade, impulso, afeto e emoção.
A interação social e o instrumento lingüístico são decisivos para o desenvolvimento.
Existem, pelo menos dois níveis de desenvolvimento identificados por Vygotsky: um real, já adquirido ou formado, que determina o que a criança já é capaz de fazer por si própria, e um potencial, ou seja, a capacidade de aprender com outra pessoa.
A aprendizagem interage com o desenvolvimento, produzindo abertura nas zonas de desenvolvimento proximal ( distância entre aquilo que a criança faz sozinha e o que ela é capaz de fazer com a intervenção de um adulto; potencialidade para aprender, que não é a mesma para todas as pessoas; ou seja, distância entre o nível de desenvolvimento real e o potencial ) nas quais as interações sociais são centrais, estando então, ambos os processos, aprendizagem e desenvolvimento, inter-relacionados; assim, um conceito que se pretenda trabalhar, como por exemplo, em matemática, requer sempre um grau de experiência anterior para a criança.
O desenvolvimento cognitivo é produzido pelo processo de internalização da interação social com materiais fornecidos pela cultura, sendo que o processo se constrói de fora para dentro. Para Vygotsky, a atividade do sujeito refere-se ao domínio dos instrumentos de mediação, inclusive sua transformação por uma atividade mental.
Para ele, o sujeito não é apenas ativo, mas interativo, porque forma conhecimentos e se constitui a partir de relações intra e interpessoais. É na troca com outros sujeitos e consigo próprio que se vão internalizando conhecimentos, papéis e funções sociais, o que permite a formação de conhecimentos e da própria consciência. Trata-se de um processo que caminha do plano social – relações interpessoais – para o plano individual interno – relações intra-pessoais. Assim, a escola é o lugar onde a intervenção pedagógica intencional desencadeia o processo ensino-aprendizagem.
O professor tem o papel explícito de interferir no processo, diferentemente de situações informais nas quais a criança aprende por imersão em um ambiente cultural. Portanto, é papel do docente provocar avanços nos alunos e isso se torna possível com sua interferência na zona proximal.
Vemos ainda como fator relevante para a educação, decorrente das interpretações das teorias de Vygotsky, a importância da atuação dos outros membros do grupo social na mediação entre a cultura e o indivíduo, pois uma intervenção deliberada desses membros da cultura, nessa perspectiva, é essencial no processo de desenvolvimento. Isso nos mostra os processos pedagógicos como intencionais, deliberados, sendo o objeto dessa intervenção : a construção de conceitos.
O aluno não é tão somente o sujeito da aprendizagem, mas, aquele que aprende junto ao outro o que o seu grupo social produz, tal como: valores, linguagem e o próprio conhecimento.
A formação de conceitos espontâneos ou cotidianos desenvolvidos no decorrer das interações sociais, diferenciam-se dos conceitos científicos adquiridos pelo ensino, parte de um sistema organizado de conhecimentos. A aprendizagem é fundamental ao desenvolvimento dos processos internos na interação com outras pessoas.
Vygotsky, teve contato com a obra de Piaget e, embora teça elogios a ela em muitos aspectos, também a critica, por considerar que Piaget não deu a devida importância à situação social e ao meio. Ambos atribuem grande importância ao organismo ativo, mas Vygotsky destaca o papel do contexto histórico e cultural nos processos de desenvolvimento e aprendizagem, sendo chamado de sociointeracionista, e não apenas de interacionista como Piaget.
Lev S. Vygotsky (1896-1934) , professor e pesquisador foi contemporâneo de Piaget, e nasceu e viveu na Rússia, quando morreu, de tuberculose, tinha 34 anos.
Construiu sua teoria tendo por base o desenvolvimento do indivíduo como resultado de um processo sócio-histórico, enfatizando o papel da linguagem e da aprendizagem nesse desenvolvimento, sendo essa teoria considerada histórico-social. Sua questão central é a aquisição de conhecimentos pela interação do sujeito com o meio.
As concepções de Vygotsky sobre o processo de formação de conceitos remetem às relações entre pensamento e linguagem, à questão cultural no processo de construção de significados pelos indivíduos, ao processo de internalização e ao papel da escola na transmissão de conhecimento, que é de natureza diferente daqueles aprendidos na vida cotidiana. Propõe uma visão de formação das funções psíquicas superiores como internalização mediada pela cultura.
As concepções de Vygotsky sobre o funcionamento do cérebro humano, colocam que o cérebro é a base biológica, e suas peculiaridades definem limites e possibilidades para o desenvolvimento humano. Essas concepções fundamentam sua idéia de que as funções psicológicas superiores (por ex. linguagem, memória) são construídas ao longo da história social do homem, em sua relação com o mundo. Desse modo, as funções psicológicas superiores referem-se a processos voluntários, ações conscientes, mecanismos intencionais e dependem de processos de aprendizagem.
Mediação: uma idéia central para a compreensão de suas concepções sobre o desenvolvimento humano como processo sócio-histórico é a idéia de mediação: enquanto sujeito do conhecimento o homem não tem acesso direto aos objetos, mas acesso mediado, através de recortes do real, operados pelos sistemas simbólicos de que dispõe, portanto enfatiza a construção do conhecimento como uma interação mediada por várias relações, ou seja, o conhecimento não está sendo visto como uma ação do sujeito sobre a realidade, assim como no construtivismo e sim, pela mediação feita por outros sujeitos. O outro social, pode apresentar-se por meio de objetos, da organização do ambiente, do mundo cultural que rodeia o indivíduo.
A linguagem, sistema simbólico dos grupos humanos, representa um salto qualitativo na evolução da espécie. É ela que fornece os conceitos, as formas de organização do real, a mediação entre o sujeito e o objeto do conhecimento. É por meio dela que as funções mentais superiores são socialmente formadas e culturalmente transmitidas, portanto, sociedades e culturas diferentes produzem estruturas diferenciadas.
A cultura fornece ao indivíduo os sistemas simbólicos de representação da realidade, ou seja, o universo de significações que permite construir a interpretação do mundo real. Ela dá o local de negociações no qual seus membros estão em constante processo de recriação e reinterpretação de informações, conceitos e significações.
O processo de internalização é fundamental para o desenvolvimento do funcionamento psicológico humano. A internalização envolve uma atividade externa que deve ser modificada para tornar-se uma atividade interna, é interpessoal e se torna intrapessoal.
Usa o termo função mental para referir-se aos processos de: pensamento, memória, percepção e atenção. Coloca que o pensamento tem origem na motivação, interesse, necessidade, impulso, afeto e emoção.
A interação social e o instrumento lingüístico são decisivos para o desenvolvimento.
Existem, pelo menos dois níveis de desenvolvimento identificados por Vygotsky: um real, já adquirido ou formado, que determina o que a criança já é capaz de fazer por si própria, e um potencial, ou seja, a capacidade de aprender com outra pessoa.
A aprendizagem interage com o desenvolvimento, produzindo abertura nas zonas de desenvolvimento proximal ( distância entre aquilo que a criança faz sozinha e o que ela é capaz de fazer com a intervenção de um adulto; potencialidade para aprender, que não é a mesma para todas as pessoas; ou seja, distância entre o nível de desenvolvimento real e o potencial ) nas quais as interações sociais são centrais, estando então, ambos os processos, aprendizagem e desenvolvimento, inter-relacionados; assim, um conceito que se pretenda trabalhar, como por exemplo, em matemática, requer sempre um grau de experiência anterior para a criança.
O desenvolvimento cognitivo é produzido pelo processo de internalização da interação social com materiais fornecidos pela cultura, sendo que o processo se constrói de fora para dentro. Para Vygotsky, a atividade do sujeito refere-se ao domínio dos instrumentos de mediação, inclusive sua transformação por uma atividade mental.
Para ele, o sujeito não é apenas ativo, mas interativo, porque forma conhecimentos e se constitui a partir de relações intra e interpessoais. É na troca com outros sujeitos e consigo próprio que se vão internalizando conhecimentos, papéis e funções sociais, o que permite a formação de conhecimentos e da própria consciência. Trata-se de um processo que caminha do plano social – relações interpessoais – para o plano individual interno – relações intra-pessoais. Assim, a escola é o lugar onde a intervenção pedagógica intencional desencadeia o processo ensino-aprendizagem.
O professor tem o papel explícito de interferir no processo, diferentemente de situações informais nas quais a criança aprende por imersão em um ambiente cultural. Portanto, é papel do docente provocar avanços nos alunos e isso se torna possível com sua interferência na zona proximal.
Vemos ainda como fator relevante para a educação, decorrente das interpretações das teorias de Vygotsky, a importância da atuação dos outros membros do grupo social na mediação entre a cultura e o indivíduo, pois uma intervenção deliberada desses membros da cultura, nessa perspectiva, é essencial no processo de desenvolvimento. Isso nos mostra os processos pedagógicos como intencionais, deliberados, sendo o objeto dessa intervenção : a construção de conceitos.
O aluno não é tão somente o sujeito da aprendizagem, mas, aquele que aprende junto ao outro o que o seu grupo social produz, tal como: valores, linguagem e o próprio conhecimento.
A formação de conceitos espontâneos ou cotidianos desenvolvidos no decorrer das interações sociais, diferenciam-se dos conceitos científicos adquiridos pelo ensino, parte de um sistema organizado de conhecimentos. A aprendizagem é fundamental ao desenvolvimento dos processos internos na interação com outras pessoas.
Vygotsky, teve contato com a obra de Piaget e, embora teça elogios a ela em muitos aspectos, também a critica, por considerar que Piaget não deu a devida importância à situação social e ao meio. Ambos atribuem grande importância ao organismo ativo, mas Vygotsky destaca o papel do contexto histórico e cultural nos processos de desenvolvimento e aprendizagem, sendo chamado de sociointeracionista, e não apenas de interacionista como Piaget.


1.4 Maria Montessori 

Maria Montessori nasceu em Chiaravalle, Itália, aos 31 de Agosto de 1870. Era Filha de um militar.
Quando tinha a idade de doze anos seus pais foram residir em Roma, tendo em vista os estudos da filha.
A jovem resolve fazer Medicina, extrapolava assim as perspectivas da época. Até então nenhuma mulher havia ingressado numa Faculdade de Medicina. Maria Montessori formou-se em 1896. Era a primeira mulher médica italiana. Quando como médica, teve que tratar de crianças com deficiências. Voltando à Universidade para estudos complementares, ela então iniciou seu trabalho pedagógico com crianças normais; em 1907, quando convidada para organizar uma escola numa área da favela que se urbanizava, no bairro São Lourenzo, da cidade de Roma. Mais tarde, viajou à várias partes do mundo, pondo suas descobertas e fundando escolas.
Escreveu vários livros, traduzidos hoje em muitos idiomas, e numerosos artigos sobre educação. Morreu em 1952.
Maria Montessori era médica e isto permitiu abordar a educação com a visão não só de uma filósofa ou educadora no sentido da palavra, mas sim de verdade científica.
Para ela a sala de aula era uma espécie de laboratório para observar as crianças, testar e retestar a validade de conceitos e práticas que pudessem ajudar as crianças no seu crescimento integral.
Dar à criança consciência da evolução do homem no planeta, introduzi-la na história, fazê-la responsável pela vida vegetal, animal e humana, situá-la na comunidade e na grande aldeia global são os verdadeiros objetivos que Montessori propõe para a educação.
Ao introduzir a criança nesse universo, Montessori a constitui herdeira legítima de toda a caminhada e evolução do gênero humano. Através da atividade e trabalho a criança descobre seu inserimento, responsabilidades e valor na perpetuação e construção da cultura.
Ela vê que esse homem, há alguns milhares de anos atrás, era um simples coletor de frutos. Foi o trabalho orientado pela sua inteligência que o tornou capaz de se desenvolver. E é com experiência desse mesmo trabalho que ela desenvolve suas capacidades cognitivas e afetivas. Ela constrói em sí mesma um processo de libertação equivalente a um resumo da evolução de todos os homens.
Mas que tamanha revolução é essa? Quem é esse pequeno ser que cria a cultura? Através da faixa da evolução do homem, Montessori dá uma visão generalizada desse desenvolvimento. Podemos identificar claramente as diferentes fases do relacionamento Homem versus Natureza pela evolução dos utensílios e das descobertas mais significativas em cada etapa.
Assim, estamos dando à educação uma abordagem cósmica. Estamos apresentando um processo, situando o educando dentro dele e finalmente mostrando a possibilidade de participação e criação.
Mas, se falta liberdade na descoberta e aceitação dessa herança, as tradições bloquearão ao invés de enriquecer. O passado, por não ser criativamente usado, acarretará, no ser, medo, desejo de fuga, previsão de uma possível escravização a ele.
Se, pelo contrário, a descoberta se efetuar em cima de diálogo respeitando a liberdade, tais tradições colaborarão efetivamente na formação do indivíduo e serão elementos de referencial e crítica durante toda uma vida.
O que podemos observar na sociedade contemporânea, além da ignorância do passado cultural, é seu progressivo afastamento desta mesma cultura. Como poderemos recriar nossa cultura, se não a conhecemos? Essas pessoas muitas vezes sentem-se perdidas em seus valores, pois foram roubadas de uma parcela importante da construção de suas histórias.
O problema, por conseguinte, não é de “Liberdade individual versus Herança Cultural”. A questão está em como utilizar tal patrimônio, afim de que se cresça em harmonia e dignidade.
Para que isso se torne verdadeiro, é necessário uma visão crítica de valores culturalmente transmitidos, objetivando um posicionamento engajado à realidade vigente.
O que o jovem precisa, e mesmo deseja, é a possibilidade de explorar e descobrir. Isto despertará nele emoção, maravilha, entusiasmo e alegria. O entusiasmo das novas aquisições suscitará o desejo de conhecer mais e mais, integrando-se ao conhecimento como ser participante na história e na geografia dos que o procederam. Sentindo-se parte de um contexto universal, ele compreenderá suas raízes para a estrutura de sua personalidade.
Transcendendo à informação a nível cognitivo, o jovem irá buscar, conhecer e compreender sempre mais e melhor o objeto de seu estudo, e espontaneamente, passará do todo ao detalhe, de um primeiro conhecimento global a um conhecimento mais particularizado. O conhecimento assim será a “chave” da compreensão do ontem e o embasamento de sua integração no hoje. Ele é o seu passado, presente e também possibilidade do futuro.
A criança para o Montessori, é o “elo entre as gerações”, aquela que gera desenvolvimento, progresso e civilização. O patrimônio cultural absorvido pela criança, será vivenciado e transformado em alicerces para sua vida adulta. Aí então o adulto transmitirá às novas crianças sua herança cultural, já analisada e transformada pela ótica de sua geração; começará assim um novo ciclo de transmissão onde a história será acrescida e renovada pelo “novo homem”.
Resumindo: O Método Montessori é um ideal de educação porque:
é uma educação para a liberdade e independência;
é uma educação para a liberdade responsável;
é uma educação como prática de liberdade;
é uma educação para o silêncio criador;
é uma educação que respeita e atende às diferenças individuais;
é uma educação para o crescimento;
é uma educação para o dominio de si;
é uma educação para o amor;
Instituto Montessori
No dia seis de agosto de 1969, iniciaram-se as atividades do Instituto Maria Montessori, fundado pelas professoras Iêda de Oliveira Silva e Maria de Oliveira Silva. O Instituto Maria Montessori surgiu de um ideal de escola diferente, onde o aluno é o centro de todas as atividades, uma escola em que ele é a pessoa mais importante.
As fundadoras do colégio, após pesquisarem sobre métodos de ensino, decidiram-se pelo Sistema Montessori, no qual a criança é orientada no sentido de ser responsável, livre, emocionalmente equilibrada e engajada na sociedade em que vive. O Sistema Montessori é conhecido e aplicado no mundo todo e também aqui em Contagem. O lema do Instituto Maria Montessori é “Liberdade, Estímulo e Autodeterminação”.
Durante toda a minha vida tenho proclamado a necessidade da liberdade de escolha, da independência de pensamento e da dignidade humana. Todavia, entendo que a verdadeira liberdade é aquela interior, que não pode ser ensinada. Não pode nem mesmo ser conquistada. Pode somente ser construída dentro de si, como parte da personalidade e, se isto acontece, não poderá mais ser perdida.” (Maria Montessori, New York – 1951)
O Instituto é uma escola altamente conceituada, não só no município, como também junto aos órgãos de educação de Minas Gerais, pela excelente qualidade do ensino ali ministrado.

Neste segmento começa a nossa história, pois nosso trabalho é todo centrado no desenvolvimento da criança, respeitando seu ritmo próprio e levando-a a desenvolver sua iniciativa e criatividade.
A criança é a pessoa mais importante de nossa escola, e como tal é atendida em primeiro lugar.
A primeira preocupação da equipe pedagógica do Instituto Maria Montessori é com a boa formação e instrução de seus alunos, começando pela escolha de seu corpo docente, formado de profissionais altamente qualificados que agem de acordo com a filosofia montessoriana, possibilitando ao educando oportunidades de desenvolvimento de suas potencialidades, tendo em vista as diferenças individuais, promovendo o desenvolvimento do espírito crítico, o sentimento de liberdade e responsabilidade e o respeito às normas sociais, visando uma convivência harmoniosa e de respeito pela liberdade do outro.
O Instituto Maria Montessori iniciou em 1992 seu Ensino Médio, tendo obtido desde o início alto índice de aprovação ao curso superior , ao término do 3º ano, comparável ao das melhores escolas do país.
Fundamentação Filosófica
O lema do Instituto Maria Montessori é “Liberdade, estímulo e auto determinação”, gravado em sua bandeira e um dos pontos chave da filosofia Montessori. De acordo com essa filosofia, é fundamental que o aluno seja estimulado e se sinta em liberdade para criar e para desenvolver suas potencialidades, sua capacidade crítica e seu senso de responsabilidade e cidadania, de modo a promover entre si e os outros uma convivência harmoniosa e de respeito pelas individualidades e aspirações de cada um. Assim, na filosofia montessoriana, a criança é levada, desde muito cedo, a relacionar direitos e deveres e a considerar sempre o outro como parceiro na busca do desenvolvimento.
1.5 Pestalozzi
Seu nome é João Pestalozzi, nasceu em Zurique, Suíça, em 1746. Faleceu em 1827. Influenciou profundamente a educação; ele fez uma grande adaptação na educação pública.
Leu o Emílio, de Rousseau, quando era estudante.
Ficou com o sentimento de que a educação podia elevar os homens.
Ninguém acreditou mais que Pestalozzi no poder da educação para aperfeiçoar o indivíduo e a sociedade com o seu entusiasmo, influenciou reis e governantes a pensarem na educação do povo.
Em 1782, expressou as usas idéias no seu primeiro livro: Leonardo e Gertrudes; que retrata uma pobre e mesquinha aldeia suíça.
Gertrudes, moradora de uma aldeia, atua com os seus filhos e os vizinhos nas artes domésticas, industriais, leitura, escrita, aritmética e outros estudos. Importantes figuras da época leram Leonardo e Gertrudes, mas não o consideraram como um tratado educacional.
Em 1792, Pestalozzi escreve o seu livro mais erudito: Minhas investigações sobre o curso da Natureza no desenvolvimento da raça humana. A obra é recebida sem entusiasmo. Pestalozzi decide ser mestre-escola. E parte para um trabalho na sua escola. O lar era para ele a melhor instituição de educação, base para a formação política, moral e religiosa. E a instituição educacional deveria se aproximar de uma casa bem organizada.
Na instituição de Pestalozzi, que contava com meninos e jovens, mestres e alunos permaneciam juntos o dia inteiro, dormindo em quartos comuns. O dia escolar era intenso e variado: rezavam, tomavam banho e faziam o desjejum, faziam as primeiras lições, havendo sempre um curto intervalo entre as mesmas. Almoçavam, brincavam e recomeçavam as aulas. Das 8 às 17 horas, as atividades, organizadas, eram desenvolvidas de maneira flexível. Duas tardes por semana eram livres ou os alunos faziam excursões. A organização da escola era simples, sendo que ficavam numa turma os que tinham menos de oito anos; e em outra, a classe inferior, ficavam os meninos de oito a onze anos e na superior, os de onze a dezoito anos.
Pestalozzi condenava a punição, as recompensas e punições. Problemas disciplinares eram discutidos, à noite.
Enquanto Pestalozzi introduzia tantas reformas educacionais, a Igreja, que controlava todas as escolas na época, não se preocupava em melhorar o seu padrão de qualidade. A situação que reinava era a seguinte: dava-se à memória um enorme valor, os professores não possuíam habilitação, as classes privilegiadas desprezavam o povo; os prédios escolares eram pouquíssimos.
A prática pedagógica de Pestalozzi sempre valorizou o ideal do educador, isto é, a educação poderia mudar a terrível condição de vida do povo.
A revolução suíça (1799) havia liberado a classe desprotegida e, segundo Pestalozzi, somente a educação poderá contribuir para que o povo conservasse os direitos conquistados.
Para Pestalozzi, o desenvolvimento é orgânico, sendo que a criança se desenvolve por leis definidas; os poderes infantis brotam de dentro para fora; os poderes inatos, uma vez despertados, lutam para se desenvolver até a maturidade; a gradação deve ser respeitada; o método deve seguir a natureza; o professor é comparado ao jardineiro que providencia as condições para a planta crescer; a educação sensorial é fundamental e os sentidos devem estar em contato direto com os objetos; a mente é ativa.
Frederick Eby resume com clareza os princípios educacionais de Pestalozzi, relacionados a seguir:
“1) Pestalozzi tinha uma fé indomável e contagiante na educação com o meio supremo para o aperfeiçoamento individual e social. Seu entusiasmo obrigou reis e governantes a se interessarem pela educação das crianças dos casebres. Democratizou a educação, proclamando ser o direito absoluto de toda criança ter plenamente desenvolvidos os poderes que Deus lhe havia dado.
2) Psicologizou a educação. Quando não havia ciência psicológica digna desse nome, e embora ele próprio tivesse apenas as mais vagas noções sobre a natureza da mente humana, Pestalozzi viu claramente que uma teoria e uma prática corretas de educação deviam ser baseadas numa tal ciência.
3) Foi o primeiro a tentar fundamentar a educação no desenvolvimento orgânico mais que a transmissão de idéias.
4) Pesquisou as leis fundamentais do desenvolvimento.
5) A educação começa com a percepção de objetos concretos, o desempenho de ações concretas e experiência de respostas emocionais reais (…).
6) O desenvolvimento é uma aquisição gradativa de poder. Cada forma de instrução deve progredir de modo lento e gradativo.
7) A religião é mais profunda do que dogmas, ou credos, ou a memorização do catecismo ou das Escrituras. Pestalozzi exigia que os sentimentos religiosos fossem despertados antes que palavras ou símbolos viessem a ser levados à criança.
8) Vários recursos metodológicos novos devem sua origem a Pestalozzi. Empregava as letras do alfabeto presas a cartões e introduziu lousas e lápis. A inovação mais importante foi a da instrução simultânea, ou em classe. Isso não era novo, mas não havia sido posto em prática de um modo generalizado.
9) Pestalozzi revolucionou a disciplina, baseando-a na boa vontade recíproca e na cooperação entre aluno e professor.

segunda-feira, 30 de abril de 2012


Asperger: uma história de superação de uma mãe e seu filho

      Em meio a dificuldades para encontrar um diagnóstico, conheça o depoimento de Camille, uma mãe que aprendeu a conviver com o Asperger do filho.


Fonte: http://www.isaudebahia.com.br/noticias/detalhe/noticia/asperger-uma-historia-de-superacao-de-uma-mae-e-seu-filho/






Minha história não é diferente de nenhuma outra mãe de filho especial, autista. Felipe nasceu no dia 1º de maio de 2005, muito amado, saudável e fofo! Com apenas um aninho e meio, já era fissurado por ventiladores e rodava as mãozinhas para imitar o movimento da hélice. Achávamos engraçadinho, mas ao mesmo tempo estranho. Com dois anos resolvi matriculá-lo numa escolinha para ele começar a se socializar, ter contato com outras crianças. Depois de alguns meses, a professora me chamou pra conversar e me disse que Felipe se isolava, gritava muito e sua atenção era focada nos ventiladores da sala. Recomendou-me uma neuropediatra e não me falou nada de sua suspeita de autismo.

Assim o fiz, levei-o ao tal médico, que nada viu de errado com meu filhote, apenas me disse que ele era uma criança normal como todas as outras, pois falava, andava, tinha os reflexos perfeitos... Fiquei aliviada, mas aquele interesse restrito por ventiladores me chamava a atenção.

Um dia, uma conhecida contou-me que seu sobrinho, que tinha uma fissura por banheiros, foi diagnosticado com autismo.  Como toda mãe, fui pra internet, pesquisar e me deparei com muitas características de autismo no Felipe. Entrei em choque, chorei, gritei e entreguei nas mãos de Deus.

Depois de alguns meses, conheci a Associação de Pais de Autistas e Deficientes Mentais (APADEM) e levei meu filho para uma consulta com uma psiquiatra especialista em autismo. A essa altura eu queria mesmo uma reposta, pois sabia que meu filho precisava de ajuda. 



Com três anos, Felipe foi diagnosticado como portador da Síndrome de Asperger, um transtorno do espectro autista, diferenciando-se do autismo clássico por não comportar nenhum atraso ou retardo global no desenvolvimento cognitivo ou da linguagem do indivíduo.

Diante desse diagnóstico, tive meus medos, insegurança, depressão... Mas logo pensei que o progresso e o sucesso do meu filho dependiam de mim e que eu teria de estar bem para começar a luta. Felipe começou com todas as terapias necessárias e, em apenas dois meses, percebemos o sucesso! Sua vitalidade, seu carisma e vontade de vencer fizeram com que ele superasse todas as etapas. Hoje, com seis anos, venceu mais uma batalha: a sua alfabetização foi um sucesso!

Algumas mães e avós me procuram para conversar sobre autismo. A primeira coisa que falo é que Deus sempre tem um propósito. O propósito que Ele fez em minha vida foi me dar esse filho maravilhoso que me ensina a cada dia. A cada brilho nos seus olhos é uma felicidade infinita...

Obrigada Felipe Groetaers Costa por me fazer uma mãe tão feliz e tão especial!
Camille mantém um blog no qual compartilha sua relação com seu filho e o Asperger. http://felipeanjomeu.blogspot.com/

Veja um vídeo em que Camille e Felipe participaram de uma campanha sobre a conscientização do autismo.


sexta-feira, 17 de fevereiro de 2012

Dia Internacional da Síndrome de Asperger

Dia Internacional da Síndrome de Asperger

Dia Internacional da Síndrome de Asperger celebra-se a 18 de Fevereiro. Dia Internacional da Síndrome de Asperger pretende lembrar esta síndrome e todas as crianças, adolescentes e adultos que são portadoras da mesma, assim como seus pais, familiares, profissionais e instituições.

Síndrome de Asperger

A expressão Síndrome de Asperger foi utilizado primeiramente por Lorna Wing em 1981 num jornal médico, homenageando Hans Asperger. A síndrome foi reconhecida pela primeira vez no Manual Diagnóstico e Estatístico de Desordens Mentais em 1994.
Síndrome de Asperger é um distúrbio do espectro autista afectando de forma profunda a vida e as actividades sociais mais básicas dos seus portadores.  Distingue-se do autismo clássico pois não implica atraso global cognitivo ou em termos de linguagem. Portadores desta síndrome apresentam diversas características específicas e diferentes sintomas.

Dia Internacional da Síndrome de Asperger

Celebra-se neste dia em honra de Hans Asperger, um pediatra de nacionalidade austríaca. Este médico publicou em 1944 um artigo numa revista especializada acerca de um conjunto de caracterísitcas de um grupo de crianças. Estas apresentavam algo que as distinguia do autismo propriamente dito.
Na década de 90 prevaleceu a ideia de que se tratava de uma variedade do autismo e um transtorno generalizado do desenvolvimento. Actualmente considera-se um sub-grupo dentro do espectro autista possuindo critérios próprios de diagnóstico e sendo muito mais comum do que o autismo clássico.

Como celebrar o Dia Internacional da Síndrome de Asperger

Este dia é particularmente importante para portadores da síndrome e seus familiares, mas não só. Todas as pessoas que trabalham com crianças ou adultos com esta síndrome percebem a importância deste dia. Esta é uma boa oportunidade para falar com os seus alunos sobre diferenças, sobre a inclusão de portadores desta síndrome.
Promova debates e sessões de esclarecimento sobre a temática, visite coma  sua turma um centro de apoio da sua área ou até mesmo coloque o seu grupo de alunos a prestar apoio numa dessas instituições. Promova a tolerância e a inclusão.


terça-feira, 17 de janeiro de 2012

Os diferentes graus de autismo

Verônica Bird é uma brasileira radicada nos Estados Unidos e criadora da fundação que leva seu nome, voltada a pesquisas e ações de apoio e divulgação sobre o autismo. Ela registrou em vídeo a evolução do tratamento do seu filho Ramsey. A produção deu origem ao filme "The different shades of autism" (As diferentes formas de autismo), feito para orientar médicos, pais e psicólogos a reconhecer os primeiros sinais da doença. O trabalho foi aprovado pela academia pediátrica norte-americana, ganhou vários prêmios e tornou-se um recurso adicional de ensino nas escolas de medicina.


http://www.youtube.com/watch?v=KtealC_nGa4  parte 1
http://www.youtube.com/watch?v=C5cxNisdYJM parte 2

terça-feira, 14 de junho de 2011



18 de Junho, Dia do Orgulho Autista, data celebrada mundialmente. Este movimento reúne familiares e simpatizantes que desejam expressar o orgulho que sentem por seu filho ou amigo autista, e também seu apoio à luta pela melhoria da qualidade de vida das pessoas com autismo e de suas famílias.

A APADEM tem a honra de convidá-lo para celebrar conosco a 7ª Edição Mundial do Movimento Orgulho Autista e o 12º Aniversário da APADEM.
Evento: Grupo de Família com a Terapeuta Érica Lacerda, e logo a seguir delicioso café- da- manhã compartilhado.
Data: 18 de Junho de 2011 às 08:00
Local: APADEM- Av: Beira-Rio – nº 413 – Bairro Voldac...

terça-feira, 7 de junho de 2011

Inclusão escolar dos alunos com necessidades educativas




Estudos recentes têm demonstrado que a realidade educacional, incluindo os currículos, a formação de professores, bem como as adaptações didáticas e arquitetônicas, entre outros aspectos, não atende as demandas dos alunos portadores de necessidades educativas especiais (APNEE), a despeito das tendências jurídico-normativas e das diretrizes educacionais. A meta da inclusão escolar é, desde o início, não deixar ninguém fora do sistema de ensino regular, que terá de se adaptar às particularidades de todos os alunos.

A inclusão é uma tarefa possível de ser realizada, mas é impossível de se efetivar por meio dos modelos tradicionais do sistema escolar. Somado a isso, muitos profissionais de educação não estão preparados e não recebem o apoio necessário para trabalhar com os APNEE devido a lacunas existentes tanto na formação inicial quanto na capacitação continuada, o que inclui uma carência de conhecimento acerca das próprias políticas de inclusão escolar no ensino regular.

Isto significa, então, que a inclusão escolar implica numa reforma na organização e funcionamento dos serviços destinados aos APNEE, de que não dispomos por este Brasil afora. Neste contexto, numa perspectiva prática, a formação do pessoal envolvido com a educação é de fundamental importância, sendo pré-requisito para a escola inclusiva que os professores sejam efetivamente capacitados para transformar sua prática educativa.